Analisando algumas observações que os professores fazem sobre suas práticas, percebo claramente o quanto nos apegamos às nomenclaturas. Alguns professores afirmam categoricamente que hoje não baseiam suas aulas de ensino de língua no estudo tradicional da gramática normativa, muito pelo contrário, vários deles dizem que agora trabalham com lingüística textual. Que o ensino de língua seja através de textos, acredito ser um consenso entre lingüistas, teóricos e professores; a grande questão é como estamos norteando essa prática do estudo do texto .
Tenho percebido, por exemplo, como alguns professores ensinam gêneros textuais a partir de conceitos (quais são os gêneros e os tipos de texto..),ensinando mais uma vez os nomes das coisas e não suas aplicabilidades numa situação real de comunicação. Isso me faz lembrar um fato interessante que ocorreu em um dos nossos encontros do gestar, uma professora cursista nos relatou que presenciou uma colega ensinando coesão referencial, ela disse que a referida professora fazia questão de ensinar aos alunos coesão endofórica, exofórica,anáfora,catáfora...deixando os alunos do ensino fundamental perplexos com tantos nomes esdrúxulos. É importantíssimo saber que nós, enquanto professores da área de linguagem, devemos sim conhecer os conceitos e nomenclaturas; mas os nossos alunos devem saber usar, utilizar, aplicar. Precisamos fazer uma transposição didática dos conceitos adquiridos sobre lingüística textual, senão estaremos mais uma vez ensinando em nossas salas as nomenclaturas, conceitos e não as suas reais funções.
Marcuschi em seu livro “produção textual, analise de gênero e compreensão” afirmou: “ O trabalho com língua portuguesa ,na perspectiva de uma lingüística textual,teria de se ocupar com algo mais do que o ensino e aprendizagem de regras ou normas de boa-formação de seqüências lingüísticas. Trata-se de um estudo em que se privilegia a variada produção e suas contextualizações na vida diária.
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Há 13 anos
Trabalhamos para que as palavras de Marcuschi se materializem em nossas salas de aula. É por issas e outras que eu acredito na formação continuada ter acesso a novas tecnologias, metodologias e teorias é fundamental para que deixemos para trás o ranço de uma prática que comprovadamente não nos fez/faz alçar voos significativos no ensino/aprendizagem da língua materna. Tenhamos fé e façamos a nossa parte. Bjks
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